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a conversa com seus discípulos, Jesus
aponta algumas maneiras que podem torná-los filhos de Deus. E essa filiação se
apresenta a partir da relação deles com seu próximo. Próximo para os discípulos
eram apenas os judeus, nenhuma outra etnia era entendida por eles como
partícipe dos benefícios de Deus dados a partir de Abraão. Então as demais
nações existentes no mundo, nos dias de Jesus, eram alienadas dos direitos e
garantias dirigidos por Deus aos judeus.
A compreensão de um judeu era que,
por ser descendente de Abraão, já o configurava filho de Deus. Essa forma de
interpretar essa afinidade com Deus comprometia a aproximação deles como filhos
e tornavam-nos separados da verdade quanto o que significa ser um verdadeiro
filho de Deus.
Jesus, no seu primeiro sermão,
tratou logo de descomplicar a lacração consanguínea de Abraão feita pelos
judeus e ensinou aos discípulos sobre algumas atitudes que deveriam ser
melhoradas e novas ações requeridas para a convivência com o próximo. Uma nova
perspectiva de vida deveria fundamentar a fé deles em Deus como Pai. Pois a
natureza do Pai era geradora de Filhos e transformadora de caráter e ela os
envolveria para fazer a vontade do Senhor.
Por isso que o Filho de Deus revela
às multidões a necessidade de amar. Deus é amor. Seu amor é dirigido ao mundo e
para todos os homens, raças, tribos e nações. A definição do amor de Deus é
extraída de sua graça. O bem de Deus se estende à humanidade e é mostrado pelo
sacrifício de seu próprio Filho. As ações de seu Filho chegam e se apresentam
ao mundo descritas em misericórdia. Ele põe seu coração na miséria humana, se
compadece dos homens e oferece-lhes perdão.
O perdão de Deus transforma seus
inimigos em filhos e não abre as portas apenas para os amigos. Ele ensina aos
discípulos que se eles amassem só quem os amava, se eles emprestassem somente
aos que lhe pudessem retribuir, como poderiam ser chamados filhos do Altíssimo?
Pois o Senhor é benigno até para os ingratos e maus. Eles, nesse caso, estavam
sendo chamados a perdoar seus inimigos, para serem perdoados. Perdoar e não
julgar, não condenar, a serem justos. Só fazerem aos outros aquilo que
gostariam que fizessem com eles.
Portanto, assim como os discípulos,
precisamos do perdão do Filho de Deus para nos tornarmos seus filhos. Que o
perdão de Cristo nos afaste de toda hipocrisia e das atitudes contrárias à
natureza de Deus. Que amemos o nosso próximo não só com palavras, mas com um
coração puro.
Francisco de Assis Gomes
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