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s escribas e fariseus tentavam arrancar
de Jesus algumas confissões que pudessem incriminá-lo. Eles queriam tirar de
suas palavras motivos para o acusar. Eles precisavam de um plano para cumprir
seu desejo homicida. Tudo isso, porque Jesus falava abertamente da hipocrisia
praticada por eles. Porém, em reuniões com seus discípulos em presença de
escribas e fariseus, Jesus falava por parábola. Suas palavras, em vez de
produzirem nos doutores da lei mosaica completo entendimento para eles
conseguirem prova para matá-lo, algumas vezes, deixavam-nos maravilhados e sem
conseguirem arrancar êxito para cumprir seus intentos.
Então eles como hipócritas,
fingidores, faziam convites amistosos a Jesus para reuniões em suas casas. Eles
esperavam em seus gestos e conversas, distraí-lo para ter como acusá-lo perante
as autoridades. Em algumas ocasiões, eles percebiam e questionavam que Jesus
não se lavara antes do comer. E Jesus falou-lhes: vós limpais o exterior dos
pratos e dos copos, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade.
Jesus revelava-lhes que conhecia bem o engano que estava no coração deles.
Eles se sentiam ameaçados pela
influência dele entre o povo e Jesus mostra-lhes que, em vez de lutarem pela
hegemonia econômica da qual se sentiam ameaçados, deveriam fazer o bem àqueles
que eles tanto temiam. Ele disse-lhes: dai esmolas do que tiverdes e tudo vos
será limpo. Não bastavam os dízimos como dever religioso. Precisavam ser justos
e temer a Deus.
É bem verdade que, na lei mosaica,
eles não encontrariam razão para matá-lo, mas pelas suas tradições, podiam dar
falso testemunho e incriminar Jesus na lei romana. Era bastante acusá-lo de
impostor ou de conspirador. Eles próprios não o matariam, mas constituíam pela
amizade com as autoridades romanas álibi para crucificá-lo. Dessa forma obteria
o poder para matá-lo. Enumeráveis vezes, isso acontece no coração de muitas
pessoas religiosos hoje que deixam a generosidade e se apoiam no fingimento.
Fingem amar seu próximo e no coração desejam as piores coisas para elas,
inclusive a morte. Não matam, às vezes, para não escandalizar o evangelho, mas
apoiam que leis sejam criadas para matar pobres, negros e armas sejam liberadas
para prática de homicídios, sob o discurso de que bandido bom é bandido morto.
Jesus conhece os corações que estão
alienados dele. Ele nos orienta para que não deixemos o bem e entremos pelo
caminho da hipocrisia. Por isso que sempre admoestou os discípulos a se cuidar
do ensino dos escribas e fariseus. Eles faziam tudo para ganhar apoio do povo a
das autoridades políticas para levar Jesus à morte.
Atualmente, é comum encontramos muitos
líderes religiosos, no Brasil e no mundo, cometendo o engano de querer unir
política e religião. E cometendo todo tipo de hipocrisia para gozar de
reconhecimento das autoridades políticas e do povo. Hoje, no congresso
nacional, trinta e oito por cento do parlamento brasileiro são constituídos por
evangélicos das diversas igrejas protestantes. Boa parte deles, envolvida nos
mais diversos escândalos de corrupção, estupro, feminicídio, homicídio,
misoginia e, acima de tudo, praticando o ódio contra o próximo. Todos esses
buscam o poder dos homens e de Deus para cometer seus delitos.
Eles querem dos homens poder para
exercer autoridade sobre as pessoas e, de Deus, eles querem poder para curar,
expulsar demônios, ressuscitar os mortos. Imaginamos que, no coração de muitos,
está o desejo de matar aqueles de quem não gostam. Certamente matariam todos
que o ameaçassem e contrariassem seus maus intentos disfarçados de bem. Homens
que querem as primeiras cadeiras na política e saudação nas praças pelo povo.
Aos que desejam viver a hipocrisia, restam alguns ais. Ai para os religiosos
que falam em nome de Deus e dos profetas e são cumplices dos criminosos, são
zelosos da lei de Deus e consentem na morte dos verdadeiros fiéis e inocentes.
Jesus continua advertindo a todos em seu evangelho. Devemos ter cautela e
entrarmos pelo caminho do evangelho. Visto que ele conhece os corações de
todos. Ele pede para que também não tenhamos medo de lutar ao lado de sua
justiça e fujamos do poder para matar dos poderosos e não os temamos, porque
não podem fazer nada além disso. Temamos antes a Deus que tem o poder de matar
e lançar a alma no inferno.
Francisco de Assis Gomes
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